Saúde no cardápio–Hábito de abrir pacotes torna-se mais comum que descascar

  • Segundo a nutricionista responsável pela alimentação escolar de Nova Candelária, a rotina alimentar saudável contribui no desenvolvimento da criança

    Assunto: Saúde  |   Publicado em: 22/02/2017 às 16:48   |   Imprimir

             A infância corresponde ao período de formação dos hábitos nutricionais da vida adulta. É nessa fase que se fundam as bases para uma alimentação balanceada e saudável, que inicia no lar e se estende ao ambiente escolar, onde o aluno passa grande parte do tempo.

             A rotina apressada do dia-a-dia, faz com que muitas famílias optem por almoços rápidos, básicos e fáceis de preparar, aumentando assim a importância de um cardápio escolar equilibrado. De acordo a nutricionista Tanise Dalla Rosa, é no primeiro período da infância que ocorre a apresentação de diferentes sabores, texturas, cores e aromas. “Nós adultos somos responsáveis por esta apresentação e auxilio nas escolhas, saudáveis ou não saudáveis, participando diretamente no crescimento, desenvolvimento e desempenho”, comentou a nutricionista.

            As escolas possuem papel fundamental básico na formação educacional, bem como também na educação alimentar. Desta forma, os alunos acabam sendo multiplicadores desse saber em seu ambiente de convívio, o que reflete em longo prazo na qualidade de vida e longevidade de uma determinada população. De acordo com Tanise, para elaborar um cardápio escolar, é necessária muita pesquisa prévia. “Precisamos adequar as faixas etárias aos perfis epidemiológicos das populações atendidas, respeitando os hábitos alimentares de cada localidade e a sua vocação agrícola com utilização de produtos da sua região. Mas também exigências técnicas perpassam a estética de um cardápio, que demandam atenção nas regras do Programa Nacional de Alimentação Escolar – PNAE e através de Notas Técnicas”, afirma Tanise.

            Dentre as várias exigências, destacam-se algumas: Atender percentual mínimo de calorias, proteínas, carboidratos, lipídeos e micronutrientes de cada faixa etária e período escolar; ofertar cardápio aos alunos com necessidades nutricionais especiais especificas, tais como doença celíaca, diabetes, hipertensão, anemias, alergias e intolerâncias alimentares; deve-se  ofertar hortaliças e frutas toda semana; é necessário a cautela no consumo de açúcar, gorduras, e sódio (sal), respeitando as quantidades máximas permitidas, bem como evitar a aquisição de gêneros da lista  de restrições que possuem  excesso de sódio, açúcar, gordura e conservantes (refrigerante, salsicha, sucos artificiais, néctar, chocolates, enlatados, embutidos). “Com base nisso, existem muitos cuidados necessários na elaboração e execução dos cardápios, para que também os mesmos possam ser apreciáveis pelos alunos atendidos”, enfatiza.

 

Existem regras alimentares que devem ser seguidas em uma escola?

R: Os alunos seguem o cardápio previsto. Só entra alimentos permitidos pela Nutricionista, exceto em ocasiões como festas de aniversários que algumas turmas ainda fazem, que a escola disponibiliza termo de responsabilização para os pais, na entrada de alimentos para a ocasião, onde os mesmos se responsabilizam por todo e qualquer prejuízo que vier a causar este alimento externo aos alunos, bem como a oferta de alimento especial para os alunos com necessidades alimentares específicas.

 

Em que aspectos podemos diferenciar a alimentação da escola com a de casa?

R: Na escola existe cardápio para cada faixa etária, com horários estabelecidos, com oferta constante e saudável de alimentos minimante processados e socialização na hora das refeições a mesa. Em casa, o hábito de preparar a refeição está se perdendo dando força ao ato de ‘abrir pacotes’ ao invés de ‘descascar’. Esta atitude se tornou muito mais prática, mas não benéfica a saúde. Entretanto, nada impede uma família de iniciar hábitos saudáveis com pequenas mudanças, como sentar-se todos a mesa para comer ‘comida de verdade’, valorizar o que se planta na horta, preferir alimentos que são menos processados, evitando os excessos, como gordura, sal, açúcar, deixando de lado a compra e consumo de alimentos prejudiciais à saúde.

 

Uma alimentação adequada, contribui no desenvolvimento e aprendizado dos alunos?

R: Os alunos que estão bem alimentados apresentam maior aproveitamento e rendimento escolar, reduzindo os níveis de absenteísmo, repetência e vasão escolar, além de contribuir ao equilíbrio necessário para o crescimento e desenvolvimento e a manutenção das defesas imunológicas adequadas. Já o consumo alimentar errôneo, por longos períodos, resulta em déficit de nutrientes, trazendo consequências para as crianças e adolescentes, retardo no desenvolvimento, redução na atividade física, diminuição na capacidade de aprendizagem, baixa resistência as infecções e maior suscetibilidade a doenças.

 

R: Existem casos de intervenções nutricionais na família, devido um mal comportamento alimentar?

Os casos mais comuns se apresentam nos primeiros anos de vida, pois os filhos refletem o comportamento dos pais, e ainda não são críticos frente as escolhas, necessitando intervenção familiar para mudança de comportamento. Também há casos de crianças com necessidade especificas de alimentação que são abordadas pontualmente com os pais, e esclarecidas dúvidas quanto a patologia e cardápios. Este trabalho de intervenção com a família sempre se busca realizar junto com a Psicóloga Educacional para obter melhores resultados.

 

Por: Dalvane Rafael – Jornalista – Assessor de Imprensa da Prefeitura de Nova Candelária

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