O pai e a filha que venceram a batalha pela vida

  • Roselene, de 30 anos, teve câncer de mama; o pai, Valírio, tinha um sopro no coração. Ambos passaram por procedimentos no ano passado.

    Assunto: Administração  |   Publicado em: 12/03/2016 às 05:04   |   Imprimir

No mês de março de 2015, aos 29 anos de idade, Roselene Weber percebeu alguns sintomas da doença através do auto exame. Preocupada, a moradora de São Miguel do Reúno, interior de Nova Candelária, dirigiu-se até a UBS do município de onde foi encaminhada imediatamente para um mastologista para a realização de exames mais complexos.

 

 

Dois dias depois, o diagnóstico: Roselene estava com um nódulo maligno. Um mês depois, no dia 23 de abril de 2015 a jovem realizava uma cirurgia que levou em torno de 5h. Teve que retirar a mama esquerda. As poucas semanas de detecção, diagnóstico e procedimento cirúrgico representaram um choque na vida da mulher, que, pela pouca idade, ainda não se encaixava nos programas de prevenção do câncer de mama da Secretaria de Saúde.

 

 

O procedimento feito com urgência teve parte do valor pago pela Secretaria Municipal de Saúde, que ainda fornecia transporte e acompanhamento para a paciente. Um mês depois da cirurgia, começavam as sessões de quimioterapia, no hospital Vida e Saúde, de Santa Rosa. Quatorze dias depois da primeira sessão de quimioterapia começaram a cair os cabelos, teve de raspar a cabeça. Como forma de incentivar a luta de Roselene, seu marido também cortou os cabelos, junto com ela.

 

 

As sessões de quimioterapia exigiam cuidado, força e muita persistência. Internou no hospital três vezes depois que voltou das sessões de tratamento, e as consequências não pararam por aí: caíram as unhas do pé, enjoos eram constantes... porém, nada tirava a força de vontade de lutar contra a doença. Sempre acompanhada de um familiar ou amigo, as sessões tornavam-se psicologicamente menos dolorosas na companhia de um amigo. O tratamento contou com oito sessões de quimioterapia que se estenderam até o mês de outubro.

 

 

Na sala de quimioterapia fez muitos amigos e conheceu pessoas de diversos lugares, com histórias de vida similares. Sem perder o contato, sabe que muitas delas hoje também estão curadas.

 

 

Hoje, com as veias do braço direito “secas”, devido aos fortes medicamentos injetados, Roselene está curada, precisa apenas tomar alguns cuidados com o sol e não exercer atividades que exijam muita força. Para prevenir qualquer complicação, são feitas revisões periódicas de três em três meses.

 

 

Quando perguntada sobre algo que se apegou durante o tratamento, responde: “Deus, família, amigos e a amiga Lucinéia Schons que, também na luta contra o câncer me apoiou sempre e me deu forças para seguir em frente.”

 

 

Enquanto Roselene se tratava na cura do câncer, o Pai, Valírio Weber, de 66 anos, começava a enfrentar procedimentos para tratar a saúde do coração.

 

 

            Com um histórico familiar de problemas cardíacos, o agricultor aposentado tomava medicamentos desde 2013 para tratar de um sopro no coração (ruído no peito provocado por diversos fatores e que afeta a saúde cardíaca). De alguns anos pra cá, Seu Valírio realizava periodicamente o ecocardiograma (exame ultrassom do coração), conforme solicitado pelo cardiologista, para verificar possíveis alterações no coração. Em um recente exame feito no ano de 2015, o médico constatou que era a hora de Seu Valírio realizar uma cirurgia para corrigir o problema, caso contrário, teria complicações a curto prazo.

 

 

Feitos os encaminhamentos, no dia 23 de novembro realizou a cirurgia no hospital São Vicente de Paulo de Passo Fundo. Diversos procedimentos foram feitos até que seu sangue estivesse em boas condições para a realização da cirurgia que, como a maioria dos procedimentos cardíacos, não foi nada fácil.

 

 

Após dezessete dias internado, pode voltar para casa. Foi necessário pelo menos um mês de recuperação para que ele conseguisse executar atividades cotidianas sozinho, sem precisar da ajuda dos familiares. Junto com a filha, Seu Valírio orava para que tudo desse certo e corresse bem. Sua filha, Roselene, declara: “Eu gostaria de dizer para quem luta contra o câncer para que persista e tenha sempre em mente que tudo é possível se você tiver força de vontade e acreditar que pode ser capaz de vencer.”

 

 

Hoje, para manter uma vida saudável, pai e filha precisam fazer atividades físicas diárias e exames periódicos para verificação do quadro de saúde de ambos. A certeza que fica é de que precisamos estar atentos aos sinais que a “máquina humana” nos dá: façam o auto exame, tenha uma boa alimentação, pratique exercícios físicos e atente-se aos sintomas para procurar um médico.

 

 

O QUE A UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE PODE FAZER?

 

            É de grande importância que pacientes que tenham algum sintoma, procurem logo a Unidade Básica de Saúde para obter ajuda, pois ela é a porta de entrada para qualquer serviço do SUS e é ela que dá ao paciente o encaminhamento adequado. O Sistema Único de Saúde é um sistema que embora com problemas, é formado por três esferas: municipal, estadual e federal. Para ter acesso à este, o paciente deve procurar a UBS de seu município, que possui várias particularidades, uma diferente da outra, com convênios, compra de serviços em consultórios externos, etc.

 

 

Estes foram dois casos em meio à muitos outros, de pessoas com doenças similares ou ainda mais complexas e que recebem auxílio da Secretaria Municipal de Saúde, que não mede esforços para atuar de todas as formas nos casos de suspeita de doença maligna. É fornecido ao paciente deslocamento, tratamento completo, apoio psicológico, atendimento com fisioterapeuta para reabilitação de movimentos, exames, entre outros.

 

 

O Sistema Único de Saúde, em conjunto com convênios feitos pela Administração Municipal junto à clínicas particulares facilita a ajuda do Poder Público para com os pacientes em encaminhamentos de alta complexidade.